O beijo é uma linguagem de carinho universal tão importante que até ganhou o seu próprio dia, comemorado em 13 de abril. O que pouca gente sabe é que ele é também um poderoso transmissor da mononucleose, uma infecção viral comum que ganhou o apelido de doença do beijo.
O nome foi dado por conta da principal forma de contágio entre adolescentes e jovens adultos. No entanto, a infecção acomete pessoas de qualquer idade e tem outras formas de transmissão, como a tosse, espirro ou até o compartilhar talheres e dar um gole na bebida de alguém contaminado.
A saliva é o principal meio transmissor e, em geral, o vírus Epstein-Barr (EBV), membro da família do herpes, é o grande responsável. A maioria das pessoas é exposta a ele ainda na infância, mas o EBV acaba passando despercebido. Não se sabe ao certo se isso ocorre porque crianças não teriam os sintomas ou se eles seriam confundidos com viroses tão comuns nessa faixa etária.
A confusão é possível por conta da febre (muitas vezes persistente), tosse, dor de garganta e perda de apetite, características de viroses comuns, mas presentes também na mononucleose. A diferença é que a doença do beijo vai além, causando inchaço dos gânglios linfáticos, especialmente do pescoço, e podendo atingir o fígado e baço. Outro sintoma semelhante é a fadiga, mas ela pode durar meses no caso da mononucleose.
O exantema, uma erupção de pele, costuma acometer 8 a 10% das pessoas com o problema. No entanto, esse número sobe para 80 a 100% caso o paciente seja incorretamente tratado com antibióticos por ter sua situação confundida com uma amidalite, por exemplo.
Como detectar e tratar a mononucleose?
O problema pode ser detectado por meio de exames de sangue específicos. Como nos demais casos de viroses, não há medicamentos contra a mononucleose. O tratamento visa aliviar os sintomas até que a infecção vá embora. As principais recomendações são beber bastante água, repousar e evitar situações que possam facilitar um trauma abdominal. Isso porque a mononucleose faz o baço crescer, deixando-o mais suscetível a uma hemorragia. Caso apresente sintomas que se assemelhem a uma virose que parece não ir embora, procure um médico.