Segundo estudo realizado por 12 universidades brasileiras, com o apoio do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e do Ministério da Saúde, a taxa de bebês com nascimento prematuro no Brasil, de 11,8%, coloca o país na décima posição das nações em que mais nascem crianças abaixo de 37 semanas de gestação. Em 1997, esse índice era cerca de 50% mais baixo, com 5,3% de nascimentos prematuros.
Reforçando esses números alarmantes, pesquisa realizada pelo Hospital das Clinicas em Pernambuco apontou que gestantes com periodontite têm sete vezes mais chances de entrar em trabalho de parto prematuro.
A prematuridade é a principal causa de morte de crianças no primeiro mês de vida. Os motivos que levam ao nascimento prematuro, por outro lado, podem variar, e vão de quadro infeccioso e incompetência istmo-cervical (quando o colo do útero é mais curto ou menos resistente) a infecção urinária, contaminação pela bactéria estreptococo e infecção dentária. Estresse materno, desidratação, febre e outras doenças da mãe, como diabetes e hipertensão arterial, também podem fazer com que o bebê nasça antes do tempo.
Mas como a infecção dentária pode prejudicar o bebê?
“As bactérias presentes na boca migram pela corrente sanguínea até o útero e a placenta, provocando contração da musculatura e expulsão do bebê”, explica a neonatologista Dilma Piscoya.
Para prevenir problemas para a saúde bucal da mãe e nascimento do bebê, é importante manter a higiene oral em dia, mesmo que ela seja difícil em alguns momentos por conta de náuseas durante a gravidez. “O simples uso do fio dental e a escovação adequada já ajudarão a prevenir a placa bacteriana e, consequentemente, evitarão a periodontite”, orienta Dr. Marcelo.
Fontes odontológica e médica: Dr. Marcelo Pimenta, cirurgião dentista; Daniela Maeyama, ginecologista e obstetra; e Dilma Piscoya, neonatologista.